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A declaração de Lula sobre promessas não cumpridas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou neste domingo (08 de junho), durante o Fórum de Economia e Finanças Azuis em Mônaco, maior comprometimento financeiro com a preservação dos oceanos, especialmente por parte das nações mais ricas. Segundo ele, o descaso com o tema representa risco real ao futuro do planeta. "O planeta não […]

8 jun 2025 - 22h27
(atualizado em 12/6/2025 às 21h32)
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou neste domingo (08 de junho), durante o Fórum de Economia e Finanças Azuis em Mônaco, maior comprometimento financeiro com a preservação dos oceanos, especialmente por parte das nações mais ricas. Segundo ele, o descaso com o tema representa risco real ao futuro do planeta.

"O planeta não aguenta mais promessas não cumpridas. Não há saída isolada para os desafios que requerem ação coletiva. Ou nós agimos, ou o planeta corre risco", declarou Lula em discurso no evento.

O chefe do Executivo apontou que o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 14 — ligado à conservação e uso sustentável dos recursos marinhos — é o menos financiado entre as metas da Agenda 2030 da ONU. De acordo com ele, há um déficit anual de US$ 150 bilhões para ações voltadas à preservação dos mares.

Lula destacou ainda que mais de 80% do comércio internacional transita pelos oceanos, enquanto 97% do tráfego de dados ocorre por meio de cabos submarinos. Ele classificou o oceano como "a quinta maior economia do mundo" em razão dos US$ 2,3 trilhões gerados anualmente, além de sua relevância como regulador climático e fonte de recursos naturais.

Em sua fala, o presidente comparou a redução de 7% na Assistência Oficial ao Desenvolvimento, registrada em 2024, com o crescimento de 9,4% nos gastos militares dos países ricos no mesmo período. "Isso mostra que não falta dinheiro. O que falta é disposição e compromisso político para financiar", afirmou.

Ele também ressaltou que a elevação do nível do mar e os eventos climáticos extremos afetam, sobretudo, as populações mais vulneráveis. Segundo Lula, os países em desenvolvimento dependem da economia azul em proporção maior do que as nações industrializadas.

"Tornar a economia azul mais forte, diversa e sustentável contribui para a prosperidade do mundo em desenvolvimento", disse o presidente, que defendeu a ampliação da atuação dos bancos multilaterais, sugerindo medidas como a troca de dívida por desenvolvimento e a emissão de direitos especiais de saque.

"É urgente desburocratizar o acesso a fundos climáticos", enfatizou Lula, acrescentando que as instituições financeiras internacionais precisam ser "melhores, maiores e mais eficazes".

O presidente também propôs que a Organização Marítima Internacional estabeleça metas obrigatórias para zerar as emissões de carbono na navegação até 2050. "Essa decisão histórica reduziria a dependência global de combustíveis fósseis, acelerando a transição justa", defendeu.

Ele também cobrou a conclusão de um acordo internacional para eliminar a poluição por plásticos nos oceanos e destacou a importância da ratificação do novo tratado sobre biodiversidade em águas internacionais.

Lula aproveitou a ocasião para destacar medidas adotadas pelo Brasil. Segundo ele, o programa Bolsa Verde transfere renda para mais de 12 mil famílias que atuam na conservação de áreas marinhas. O BNDES, por sua vez, possui uma carteira superior a US$ 70 milhões dedicada a projetos de economia azul.

"Financiamos projetos de planejamento espacial marinho, conservação costeira e descarbonização da frota naval e infraestrutura portuária. Estamos recuperando manguezais e recifes de coral, investindo na pesca sustentável e na gestão de recursos hídricos. No Brasil, quando queremos mobilizar esforços em torno de um objetivo comum, utilizamos uma palavra de origem indígena chamada 'mutirão'", finalizou.

Gávea News
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