Nasce bebê de grávida mantida viva por aparelhos após morte cerebral nos EUA
A jovem teve coágulos sanguíneos no cérebro. Caso gerou indignação no país
Nasceu o bebê de Adriana Smith, mulher com morte cerebral mantida viva por aparelhos nos EUA; o caso gerou polêmica devido à lei local que restringe abortos e prioriza os direitos do feto.
Nasceu o bebê de Adriana Smith, uma mulher com morte cerebral que foi mantida viva por aparelhos para continuar a gravidez, nos Estados Unidos. A informação foi divulgada pela mãe da vítima, April Newkirk, à uma emissora de notícias local.
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A criança nasceu prematuramente por meio de uma cesariana de emergência na última sexta-feira, 13, na Geórgia. Batizado de Chance (Chance, em inglês), o menino está internado na unidade de terapia intensiva neonatal, segundo a emissora de TV 11Alive.
“Esperamos que ele fique bem. Ele está apenas lutando [pela vida]. Só queremos orações por ele. Continuem orando por ele. Ele está aqui agora”, disse Newkirk.
A previsão é que os aparelhos que mantinham Adriana viva há quatro meses sejam desligados nesta terça-feira, 17. “É difícil processar. Eu sou a mãe dela. Eu não deveria estar enterrando a minha filha. Minha filha que deveria estar me enterrando”.
Entenda o caso
Adriana foi inicialmente hospitalizada em fevereiro deste ano com dores de cabeça intensas. Os médicos a ministraram alguns medicamentos e a liberaram, no entanto, no dia seguinte, ela retornou alegando estar com falta de ar. Ela foi diagnosticada com coágulos sanguíneos no cérebro e teve a morte cerebral declarada poucas horas depois.
A gravidez, que já tinha oito semanas, foi continuada devido as condições da lei do aborto no estado da Geórgia, também conhecida como “lei LIFE”. De acordo com a lei, a maioria dos abortos após a detecção de atividade cardíaca, cerca de seis semanas após o início da gravidez são proibidas. O caso gerou revolta, pois, segundo os defensores, a lei prioriza os direitos do feto aos da pessoa que o carrega.
“Não tivemos escolha nem direito de decidir sobre isso. Queremos o bebê. Ele faz parte da minha filha, mas a decisão deveria ter sido nossa, não do estado”, disse a mãe de Adriana.
Para manter a gestação, Adriana foi mantida em suporte de vida. Além do bebê, ela também era mãe de um menino de 7 anos.